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quarta-feira, dezembro 05, 2012

Olhos verdes


E tudo o que eu queria naquele momento era abraçá-la de modo que conseguisse encostar sua cabeça em meus ombros para que transmitisse, a mais leve que fosse, sensação de segurança. Queria que ela soubesse que não importava quantas vezes o coração se partisse, eu estaria ali para segurar em suas mãos e esperar o choro passar. Queria que todas aquelas lágrimas que ela colocava para fora sem força alguma se transformassem em sorrisos. Queria que ela percebesse que talvez ele até valesse a pena, mas no momento, ele valia a pena para outra e ela não tinha vez. Talvez ele até fosse o homem da vida dela, mas naquele momento ele era apenas mais um cara bobo que tava perdendo uma grande mulher. Afinal, ela o amava de tal modo que demorou anos para perceber que as coisas boas que ele tinha a oferecer nem se equiparavam as coisas ruins que por vezes lhe machucaram. Talvez fosse a hora dela realmente perceber isso. Na verdade, parecia até um pouco tarde demais. Mas tudo bem, antes tarde do que nunca! O que nos resta? Esperar o remédio: Tempo. 
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“Fique firme tenha fé. Mesmo que em nada dê, tudo ainda está de pé. Tudo está para nascer. Fique forte, firme o pé. Tudo dá n'algum lugar, mesmo se o olho não vê, tudo ainda vai brotar”. Impasse – 5 a Seco.

sexta-feira, novembro 02, 2012

3ª Pessoa


Tem um mundo tão colorido lá fora e ela preocupada com o amanhã, preocupada com o que vão pensar da roupa nova, do carro novo, do cabelo novo. Tanta coisa boa pra fazer, tantos sorrisos para compartilhar, tantos abraços a serem dados, tantos Sol a se pôr, e ela preocupada com o nome dos filhos que só virão daqui a dez anos, no mínimo. Tá um dia lindo lá fora e ela aflita por causa daquela mensagem que não chegou, com o “Boa Noite!” que não foi dado três madrugadas atrás. Tantos passos a serem dados e ela pensando nos velhos amores que não deram certo, passando noites em claro questionado o que fez para eles darem errado.  Uma tarde linda pra tomar sorvete e rir à toa só para as bochechas doerem e se sentir viva, mas ela não se permite. Chorar de rir e borrar o rímel? Não. Ela não pode. Isso nem sequer tá anotado na agenda, ora essa. Ah, se eu pudesse dizer algo a ela. Ia mostrar que o amanhã marcado com mil e uma tarefas na agenda de nada vai servir sem os sorrisos dele. Ele que esteve tanto tempo ali pertinho sem ela perceber. E que talvez quando notar, ele até já partiu sem que ela tenha se deixado levar uma vez sequer por aquele sorriso que ele só dava para ela e mais ninguém. 

sábado, outubro 20, 2012

Couple Days

Queria que essa dualidade passasse. Que esse nó na garganta não existisse mais. Que tua ausência parasse de me sufocar. Que as coisas parassem de se complicar entre nós. 
Sim, certamente a culpa disso é em maior parte minha, mas me perdoa, não é qualquer um que sabe lidar com o mundo quando a felicidade encontra-se em suas mãos. 
Tenho um medo danado de te perder, mas nem sei se é o certo te aceitar de volta com tantos mal entendidos, tantas meias verdades, tantos segredos escondidos. Sem confiança. Acho que ainda não é a hora. Será que um dia ela irá chegar, ou já passou e nós sequer a vimos? Talvez estivéssemos ocupados demais tentando fazer com que tudo saísse perfeito, mesmo que isso machucasse, mesmo que não fosse o correto a se fazer, mesmo que os caminhos fossem tortos.
Tivemos tudo, mas esse tudo te pareceu tão pouco que acabou se resumindo a nada, mas mesmo com o pouco que restou eu tentei reconstruir aquela velha felicidade que um dia estampou nossos olhos, e continuo tentando. Só não sei até quando conseguirei fazer isso sozinha.
Por mais que estes dias de silêncio por tua parte me sufoquem, tento pensar que já fizeste isto outras vezes e que pouco tempo depois regressaste, mas isso já tá ficando tão enjoativo que eu, sinceramente, não aguento mais esperar a rotina se repetir enquanto eu sofro por tua ausência e tu finges que nada acontece.
Só me me diz uma coisa: Até quando?

segunda-feira, agosto 06, 2012

Que Se Foda o "Felizes Para Sempre"

Hoje li dois textos que falavam sobre sermos felizes para sempre e fiquei me questionando se vale a pena chegar a esse estágio que a maioria de nós almeja. Fiquei pensando e cheguei a conclusão de que se algum dia eu conseguisse ser “feliz para sempre” me acomodaria. Até porque, na verdade eu não quero ser feliz para sempre, eu quero viver. Quero ser feliz hoje ao reencontrar amigos do ensino fundamental que não via há meses. Entristecer-me amanhã porque o gato preferido de uma amiga ficou doente e ela tá com olhar de panda preocupada ligando a toda hora para o veterinário. Quero ficar feliz semana que vem ao passar uma hora que seja conversando e levando bronca da minha avó porque não levei o esmalte vermelho que ela me pediu.  Ficar entediada no final de semana porque tava sem grana para sair. Eu quero dar aquele sorriso besta depois de ouvir uma música de 1900 e eu ainda era BV e recordar daquele ano. Eu quero altos e baixos, e o tão sonhado “feliz para sempre” não me dará isso. Ele não vai me ensinar a dar valor nas pequenas coisas. Como ponderou Martha Medeiros “É preciso um pouquinho de turbulência para a gente acordar e sentir alguma coisa, nem que seja medo”. Sabe por quê? Porque essa sensação de medo é sinal de que não estamos seguros daquilo que estamos fazendo, é sinal de que ainda há muito o que aprender, muito o que temer. Então, busca pelo “felizes hoje”, pois o amanhã..bem, ele não existe.




quarta-feira, julho 25, 2012

Tired

Ultimamente tenho evitado esperar coisas boas, e ruins também, de nada e de ninguém. Por mim tanto faz se vai dar certo ou não. Cansei de criar falsas expectativas. Cansei de esperar. Cansei de sofrer por antecipação. Cansei dessa rodinha que dá voltas e voltas, mas que sempre retorna ao mesmo lugar, um lugar onde a solidão habita. Cansei dos sorrisos falsos, dos amores verdadeiros que duram duas semanas, das cartas semanais e do tempo gasto em vão. Cansei de fazer planos, de almejar o que não preciso. Cansei desse jogo. E o pior é que isso não é de hoje. O que mudou foi que finalmente tive coragem de assumir as consequências que cada tentativa frustrada vem me trazendo.


domingo, julho 22, 2012

Aluga-se

Engraçado que um ano depois ainda sinto as mesmas coisas que sentia ao ouvir certas músicas. A diferença, e que diferença, é que cada verso cantado junto a melodia não me traz lágrimas, pelo contrário, toda dor que cada nota me causava transformou-se sorrisos, ainda tímidos confesso, mas por mais que já tenha passado um ano, talvez a ferida ainda não tenha fechado de vez. Mas isso tá longe de ser algo ruim, porque assim me sinto viva. A cada verso, o mesmo arrepio de antes ainda pode ser sentido, e aquela frase “filosófica” após o segundo coro é cantada com mais força, mais vontade. Ela ganhou outro sentido, finalmente deixou de ser a frase final que selava minhas lágrimas. E agora palavra por palavra é cantada com um sorriso no rosto com um pensamento secundário pondo as recordações para fora, como a própria música diz.

quinta-feira, julho 12, 2012

Recomeços

Sinto tua falta, confesso, mas não me permito errar de novo. Me entendes? Chorei de saudade por tudo o que fomos, pelas promessas, pelos planos, por tudo o que não conseguimos ser, pelos erros que cometemos, pelo que se perdeu. Chorei, admito, pelos sorrisos perdidos, pelas lágrimas derramadas, pelas renúncias que de nada valeram, pelas noites em claro pensando num futuro que nunca iremos ter, pelas manhãs mal gastas, pelas declarações ao destinatário errado. Chorei pelo amor dado em vão.  Chorei pelos princípios, que eu acreditava serem nossos, mas que eram só meus. Pelos sonhos eliminados, pela falsa ternura, pelos abraços sem fim, e que no final não foram o suficiente para me manter de pé. Chorei por essas coisas que ficaram lá atrás, em dias soturnos dos quais quero distância. Mas é hora de seguir em frente. Chorar de novo? Só se for de tanto rir. Vou ser feliz, mas não espere que eu volte pra te dizer como foi do lado de lá.


Once Upon a Time...


Às vezes a gente se apaixona pela pessoa errada, no lugar errado, no tempo errado e com direito a toda dor que poderíamos suportar. Quando coisas do tipo acontecem, até um simples pedido de ajuda ou um simplesmente desabafar tornam-se coisas impossíveis. Talvez isso ocorra porque mesmo com todos os conselhos vindos de várias direções insistimos no erro.
Foi assim que tudo começou, depois de encher o saco de muita gente resolvi encher meu próprio saco até que conseguisse perceber do mal que me livrei e superar tudo o que havia acontecido. Na minha cabeça só pensava que deveria escrever, não importava quantas linhas, parágrafos ou páginas portanto que aquilo que eu chamava de dor passasse. E assim descobri a minha melhor terapia.
Confesso que a princípio a ideia de criar um blog me parecia boba, mas com a encheção de saco, digo, incentivo de Renan Mendes e Carlos Fernando, junto a um mês de férias entediantes, pensei: porque não?
Tudo isso já faz um ano. Um ano repleto de amizades que se foram e outras tantas que vieram, amores que não deram certo (lê-se todos), dias intermináveis, desistências, recomeços e sorrisos semeados. E mesmo com metade da minha vida exposta os benefícios do blog sempre foram maiores do que os malefícios. Pra falar a verdade nem sei se tiveram coisas negativas, pelo menos não até agora.
Enganou-se quem pensou que a terapia era escrever sobre as magoas que me atingiram. O maior remédio é perceber por meio um simples curti ou comentários de uma, duas linhas ou um parágrafo (Raíssa, oi?) que as histórias com corações partidos e prantos infindáveis são sempre as mesmas só mudam os personagens.
Escrever para mim não é apenas colocar palavras num papel, é pôr o dedo na garganta, se preciso, para compartilhar a vida, não só a minha, mas tudo aquilo que acredito eu, poderá causar pequenas mudanças de atitude ou pensamento em trinta ou em uma pessoa que seja.
Nesse tempo percebi que até as coisas mais ruins possíveis - tipo aulas de Filosofia e Comunicação nas quais escrevi muitos textos xD - podem ser canalizadas para algo bom, afinal sem esses dramas todos não teria escrito metade dos textos que estão aqui, e principalmente porque os dias ruins servem mesmo para dar mais brilho aos sorrisos que virão. Felizes ou triste que mais dias venham!
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Obrigada à todos que estão por aqui todos os dias ou só hoje mesmo! Sem os elogios e críticas de vocês eu já teria deixado esse projeto de lado e não teria vivido experiências incríveis e sem essa terapia teria engordado pelo menos uns 20 kg me entupindo de sorvete.

quarta-feira, junho 06, 2012

Pra nossa vida eu quero amor, o resto eu desconheço



A verdade é que não posso mais mentir pra mim. És tu, aquele pelo qual eu deveria esperar. Aquele que mesmo quando tudo dá errado e eu acabo perdendo as esperanças, és tu quem fazes tudo se encaixar onde tem que ser. E isso eu não posso mais fingir não enxergar. 
És tu o responsável por meus sorrisos no canto dos lábios, o mais discreto possível, só pra não fazer alarde de que te encontrei. Aquele que, mesmo sabendo que eu nunca irei confessar os meus problemas, fica ali no cantinho esperando que meu pranto cesse só pra me dar um abraço e dizer “eu estou aqui!”.
E mesmo com todos os outros olhares que já foram trocados com os meus, é o teu olhar que eu recordo de imediato, porque nele eu consigo me ver de um jeito único, do jeito que tu me vês. E no teu olhar, onde meus defeitos pouco importam, eu quero sempre estar.
Não importa o que fizemos lá atrás, só importa o que vem pela frente. Simples, natural, imprevisível: assim vai ser. Sem discursos longos para tentar explicar o que estamos sentindo, apenas deixando que nossos olhares falem por nós e que, certos ou errados, sigamos o que for mais forte que nosso próprio pensamento. Que nos joguemos, sem volta, nesse velho mundo novo que nos pinta hoje.

terça-feira, junho 05, 2012

Palavras repetidas


Tenho saudades, mas não de ti. Saudades de nós, saudades de quem eu era quando estava ao teu lado. Então já que não te tenho como quero, ponho-me a olhar nossas fotos e um sentimento de nostalgia me invade. Lembro-me dos nossos planos, não cumprimos nenhum, mas confesso que foi melhor assim: natural e puramente ao acaso. Talvez prefira pensar assim para que a frustração não aumente. 
E agora que estás voltando para mim aos poucos, percebo que agimos certo, mesmo com todos aqueles erros que poderíamos enumerar de olhos fechados. Agimos certo, no tempo errado. Mas quem disse que agora não é o nosso tempo, quem disse que aquele foi o nosso tempo? Ninguém. Porque quando estás ao meu lado, cada minuto será nosso, e construiremos juntos o nosso tempo.




segunda-feira, maio 28, 2012

Dancing with myself


Era como se algo nela tivesse renascido. Um novo dia começava. Estava ali abandonando seus problemas na pista de dança e os deixando pra trás como deveria ter feito desde o princípio.  Havia meses que certas coisas lhe tiravam o sono, mas naquela noite tudo foi embora tão rápido, tão simples, que mais uma vez ficou nítida sua capacidade de dramatizar a vida. A verdade é que a cada música ela percebia que estava perdendo tempo com coisas inúteis, com pessoas inúteis. E no pouco e incerto tempo que tinha a cada dia, deveria gastar com coisas que realmente lhe fizessem bem. Deveria aproveitar os dias de sol e as tardes de chuva para sorrir, e se por um acaso ao anoitecer percebesse que problemas foram agregados no decorrer do dia, deveria largá-los na pista novamente e dançar conforme a música. 

sexta-feira, maio 18, 2012

Que seja

Se for amor, que chegue e me cative, me aperte o coração, me ponha um sorriso no rosto e deixe meus dias coloridos. Se for paixão, que me arrebate, me borre o batom e me faça te desejar cada dia mais e mais. Se for eterno, que eu possa acordar e te olhar nos olhos a cada nascer do sol. Se for passageiro, que cada minuto seja único e aproveitado com intensidade. E se for você, que eu continue a esquecer do mundo lá fora ao encontrar-me em teus braços.


sexta-feira, abril 27, 2012

Querências


Quero que chegues de repente, sem aviso prévio. Que me atinjas como jamais ocorreu antes. Que tuas mais bobas promessas me façam acreditar novamente. Quero que me envolvas sem que eu faça esforços. Que seja natural.  Tão natural quanto teu sorriso ao me ver. Quero que os dias continuem passando sem notarmos. Que o nascer e o pôr-do-sol sejam ao teu lado. Não quero perder um simples franzir em tua face. Quero aproveitar cada abraço teu como se fosse o último. Quero voltar minutos depois, segurar em tuas mãos e te entregar meu mundo novamente. Talvez eu só queira, mas não precise.  Apenas desejo que continues aqui, sem aviso prévio, do teu jeito, fazendo com que tudo flua naturalmente. Que os dias passem e o teu sorriso seja a última imagem em minha mente e o teu "até amanhã" será a última frase que irei guardar ao final de cada dia. E, sem nenhum plano, pensar que o meu amanhã será uma versão melhorada do hoje, mas não pelas coisas que quero, mas pelo simples fato de estares ao meu lado.


domingo, abril 15, 2012

Falta de costume


Permita-me ser um pouco tola, pois tenho esse direito pelo menos pelos próximos dias. Só voltei pra te dizer que as coisas não estão sendo tão fáceis quanto eu tento transparecer. Sinto tua falta! E não falo da boca pra fora, muito menos estou hiperbolizando a dramática em mim. Mas só voltei pra te dizer que dentro de mim uma calmaria se apossou. E essa calmaria, ou solidão se preferires, está tentando ocupar o teu lugar. Em vão...
Amor, preciso parar de usar esse vocativo, não é nada fácil viver nesse novo mundo. Acordar sem o teu "Bom dia!" faz com que eu queira voltar a dormir. Parece que meus dias ficaram vazios. Sinto falta das tuas mensagens, dos teus textos, dos teus telefonemas dominicais para discutir coisas banais. Eram 30, 40, 50 minutos de conversas bestas, mas eu desfrutava de cada palavra e pedia internamente para nunca ter que desligar o telefone, mesmo sabendo que ao deitar para dormir receberia uma mensagem de boa noite tua. Eu só queria ouvir tua voz, mesmo que fosse contando piadas infames ou fazendo propostas imorais. Queria ouvir tua voz, e isso me bastava.
Sinto falta de nós, e não é uma ausência qualquer, talvez seja, porque ainda não consigo nomear o que esse nó na garganta significa. Na verdade não conseguiria nomear nada do que vem acontecendo. Nos últimos dias conheci um lado meu que sempre achava ridiculamente repugnante nos outros.
A proximidade me faz ser covarde e por mais que eu queira, e até ache mais fácil te esquecer, não consigo. Apaguei teu número da minha agenda, mas de nada adiantou, porque apagar palavras e números não te apaga aqui dentro.
Me permite ser mais um pouco tola? Pois bem, sinto falta do teu cheiro. Sim, aquele que impregnava em minhas roupas e te fazia presente dentro e fora do meu corpo. Continuar sentindo teu perfume mesmo que fosse só na minha pele me fazia lembrar de cada beijo e cada toque teu. 
Desculpa novamente pelo incômodo, mas tinha que voltar nem que fosse só pra te dizer, mesmo que indiretamente, que por mais que brote um sorriso em meus lábios, ele vem sob muito esforço, porque não tá sendo fácil aceitar esse mundo sem ti. Infelizmente, eu não estava preparada para enfrentá-lo, não nas próximas cinco décadas.
Deixa que eu fique aqui sozinha por alguns minutos apenas admirando teu sorriso, e imaginando se algum dia ele voltará a ser só meu de novo. Mas não o apague quando me veres chorar, pois hoje percebi que teu sorriso me basta. Mesmo não sendo pra mim, mesmo que ele seja ironicamente forçado, ele me basta.
E por enquanto apenas não esquece que te amo, mesmo que eu profira o contrário. Te amo, e isso me basta.




sexta-feira, abril 13, 2012

Entre chás e clichês


Levanta, porque a vida não é feita só de corações partidos. 
E se eu pudesse te dar um conselho, te diria: derrama cada lágrima e segue! Segue, porque o que vais encontrar pelo caminho a tua frente te fará esquecer cada segundo de dor.
E apesar de ser mais difícil, tens que deixar essas memórias pra trás e construir novas. Afinal, não foi isso que ele te falou pra fazer? Não que devas "obedecer", mas talvez ele apenas esteja certo.
Vai e faz dessa mais uma lição, pra que na próxima tu saibas mais ou menos o que vem pela frente dos teus erros.
Que as coisas não vão mudar de uma hora pra outra, tu sabes. Mas caso insistas nessa instantaneidade que não virá, eu sempre vou tá aqui pra te dizer mil clichês na tentativa de que eles te acalentem. Só que quando eu te disser "vais cometer o mesmo erro", me ouve. 

domingo, março 25, 2012

Fechado para balanço

  Quando tu vais aprender que isso não é pra ti? Esse lance de amor nunca te serviu. Mas tu és tão tola que insiste em algo que só te machuca. Que cada vez mais te fere com uma intensidade ainda maior. 
  Sabes que não foi por falta de tentativas. Ao menos isso. Tentaste. Só que não era pra ser. Nem nessa, nem daquela, nem da outra vez. É melhor que aceites logo que isso a ti não serve. Talvez esse seja um nível que nunca alcançarás. 
 Mas, olha só, não te digo pra desistires pra sempre, só te peço que não cries tantas expectativas, e que pares de agir pondo os outros em primeiro lugar, porque se tu não queres poupar teu coração, quem vai? Não pare de jogar, apenas dê uma pausa nesse jogo, e quando realmente achares que és capaz de vencer esse nível, aperta o play.

Agora não

  Perguntas inúmeras coisas a mim. Por meio de minhas respostas tentas me decifrar em minutos. Mas não percebes que nem eu mesma consigo realizar tal tarefa, e olha que analiso minhas respostas há anos, e ainda não obtive sucesso.
  Te alegras a cada sim que te dou, mas a cada não, respiras daquele teu jeito preocupado-aborrecido-desgastado-decepcionado, e tentas me enganar dizendo que está tudo bem, como se eu não te conhecesse o bastante para entender o que cada gesto teu significa.
  Ao ver em teu semblante e sentir em tua respiração, agora mais forte, tua tristeza momentânea, sinto que devo te falar que entre cada letra de um não meu, está escrito "sim, mas não agora." Mas deixo pra mais tarde, prefiro que continues assim, pois talvez ainda não seja a hora de decifrares essa parte de mim.




domingo, março 18, 2012

Um misto de querer e descartar

   Não precisa me ligar todos os dias e me contar o que aconteceu em tua vida nas últimas 24 horas. Não quero saber o que comeste hoje, muito menos a roupa que estás usando. Mas acho que poderias ao menos me mandar um sms com o mínimo de caracteres possíveis me dizendo “Estou bem! Sinto tua falta!”. Apenas isso. Para que eu pudesse saber que algum dia fui importante pra ti. E que esse sentimento que ainda se faz presente, não está só em mim.

quinta-feira, março 01, 2012

Entre luzes e sombras



   Por mais que eu quisesse gritar ao vento tudo o que me afligia, não conseguia, não podia. Era como se a vontade de me livrar das angustias fosse tão forte quanto os pensamentos que me diziam “Guarda. E aguarda, porque vai passar”.
   Entre uma música e um livro buscava desesperadamente algo para ocupar minha mente. Qualquer tempo mínimo parada fazia-me refletir, trazendo à tona minhas aflições.
   Os dias se passaram e eu ainda procuro me decidir. Não me questione por meus conflitos. Porque teus questionamentos se agregariam a incerteza das revelações e das ocultações e tornar-se-ia uma dor de cabeça a mais para mim.
   Enquanto não tomo a decisão que julgo sensata, pego as chaves e saio - Mais uma busca desesperada de distração - Troco meus primeiros sorrisos falsos do dia, radiando uma felicidade que não me pertence, e que deixo “transparecer” mesmo morrendo por dentro.


sábado, janeiro 21, 2012

21 de Janeiro de 2011

   Há exatamente um ano, fui tomada por uma felicidade que me preencheu como jamais havia ocorrido. Foi um dia que começou bem cedo, afinal não dormi nada na noite que o antecedeu. Sabia o que estava por vir independente do resultado ser ou não o que eu almejava. E pra ser sincera, não estava preparada para nenhum dos dois.
   No dia 21 de janeiro de 2011, também conhecido como "O dia mais feliz da minha vida" levantei em torno de 7h da manhã tomada por um nervosismo tamanho, maior do que qualquer coisa que eu pudesse imaginar, maior até que aquele nervosismo que sentia ao acompanhar uma cobrança de pênaltis na final de um campeonato. E eu jurava que a maior tensão que poderia sentir na vida era essa. Mas naquela sexta-feira, comprovei que estava errada.
   O listão da Universidade Federal do Pará seria divulgado às 9h da manhã. Mas às 8h eu já não aguentava mais esperar, pra falar a verdade eu não conseguia nem respirar direito. Não suportando mais aquele aperto no peito desisti de esperar pela divulgação do listão na rádio e dirigi-me a reitoria da universidade juntamente com minha prima, que também havia prestado vestibular. A diferença é que ela não estava a ponto de ter um colapso nervoso.
   Apesar de no dia 7 de janeiro já ter sido aprovada em Letras Língua Portuguesa na Universidade Estadual do Pará, e de ter comemorado bastante já que aquela era a minha primeira aprovação no vestibular, eu sentia que me faltava algo, que só a felicidade da minha aprovação não era o bastante, e mesmo com todo o orgulho que exalava de todos os meus familiares e amigos que comemoraram junto a mim, aquilo não era o suficiente. Eu buscava, queria, precisava de algo mais.
   Enquanto me dirigia ao campus da universidade, fui tomada por inúmeros pensamentos. Me questionava se eu realmente merecia aquilo, se tinha feito por merecer aquela aprovação. Se as médias que havia obtido nas provas de seleção iam ser o suficiente.
   Para quem olha de fora, o vestibular parece apenas um prova que te levará ao ensino superior, mas não é bem assim. Não são apenas notas, são vidas, são sonhos que estão em jogo. E naquele dia, os meus sonhos, a minha vida estava em jogo.
   Caminhava em direção a reitoria e não tinha sequer noção do que estava fazendo, muito menos do que se passava ao meu redor, a única coisa que eu desejava era que aquele aperto no peito acabasse.
   O meu nervosismo aumentou 82377374% ao ver a divulgação sendo feita ridiculamente por meio de um “pisão”. Os responsáveis pela divulgação dos aprovados deram UM envelope com os listões nas mãos de desconhecidos que estavam ao lado de fora da reitoria e eles foram tirando as listas e repassando-as. Naquele momento desesperei-me, sentei na calçada e comecei a chorar loucamente enquanto minha prima tentava conseguir ver o resultado dela e posteriormente o meu.
   Enquanto ouvia alguns comemorando, e outros lamentando, eu continuava sentada e aquele aperto no peito aumentava a cada segundo. De repente minha prima chega até mim e me diz que ela não havia passado. Esqueci de mim e comecei a lamentar por ela, já que era a terceira vez que ela não conseguia sua aprovação. Naquele instante me senti tão egoísta por estar desesperada por uma segunda aprovação enquanto que ela não tinha mais chances de ser aprovada naquele ano.
   Após um tempo, ela se acalmou e então foi em busca do meu resultado, enquanto eu, a ponto de desmaiar, continuava sentada na calçada a chorar. Tinha quase certeza que não conseguiria ser aprovada, estava só tentando me conformar com o resultado que me seria em poucos minutos.
   Muitas pessoas que estavam ao lado de fora da reitoria buscavam desesperadamente pelo listão do seu curso, alguns tão eufóricos que acabavam rasgando alguns listões. Quando eu via aquela cena, ficava pensando que naquele papel poderia estar a lista do meu curso, e me desesperava mais ainda.
   Finalmente, graças a Deus - senão eu ia me jogar no rio e morrer afogada pra acabar de vez com aquele desespero - minha prima chega a mim e diz “Tu passaste!”. Lembro-me como se fosse há 2 segundos. Não tive forças para gritar, muito menos esboçar alguma reação, apenas abracei-a e pus-me a chorar. Em seguida, ainda duvidando dela, fui atrás do bendito papel e vi meu nome lindo lá na lista de aprovados.
   Nunca conseguirei relatar o que senti naquele momento. Foi um misto de “Porra eu consegui!” com “Caralho, é verdade mesmo?”. Só sei que foi a melhor sensação que já havia sentido. Era impossível acreditar que algo que eu havia começado a sonhar em 2007 tivesse se concretizado. Aquela foi a minha maior conquista, talvez por ter sido a MINHA conquista. Algo que consegui com meu esforço.
   Saber que todos os sacrifícios ao longo do ano valeram a pena, e pensar que meu sonho havia se realizado, eram coisas que não cabiam em mim, e talvez por isso essa felicidade transbordou através de lágrimas.
   Talvez nem mesmo eu conseguisse deduzir o que aquela conquista significava em minha vida, mas ela se traduziu em uma frase proferida por minha mãe no primeiro abraço que ela me deu como caloura de Comunicação Social. Ela, aos prantos, olhou-me com os olhos pintados de orgulho e disse-me “Agora tu vais fazer o que tu queres”. Naquele momento eu tive um pouco de noção de tudo que estava sentindo.
   É, aquela sexta-feira foi única. A quebra de ovos, os banhos com refrigerante, dançar carimbó na chuva, os abraços daqueles que estavam felizes com a minha conquista, nada disso tem preço.
   Pensava que fazer o que eu queria, ou seja, exercer jornalismo seria o que de mais importante poderia ocorrer em minha vida. É, eu estava completamente enganada. Sem dúvidas o dia 21 de janeiro de 2011 foi um dia incrível, mas a felicidade desse dia se fragmentou nesse um ano, e se fragmentará a cada dia dos três anos de curso que ainda estão por vir. Esse 21 de janeiro apenas serviu para cruzar o destino de 51 pessoas (número simbólico). 51 vidas que a partir daquela sexta-feira nunca mais seriam as mesmas. São 51 corações que se juntaram em um, e formaram a turma de Comunicação Social 2011. Não apenas uma turma, e sim uma família.

terça-feira, janeiro 17, 2012

Despedidas

  Decidi-me. Optei por sorrir. Podia e talvez até devesse chorar até que as lágrimas acabassem, mas preferi sorrir. Notei que sofrer não te faria ficar e então pus um sorriso em meu rosto. A principio me senti culpada e até meio tola por me fazer de forte quando na verdade morria por dentro.
  Enquanto a maioria das vozes me diziam “Eu te avisei!”, uma voz gritava baixinho “Valeu a pena!”. Nesse momento notei que a felicidade dos últimos seis meses era muito maior do que a tristeza da tua partida. Os dias difíceis que estão por vir serão meras horas se comparadas a todas as boas lembranças que guardo de nós.
  Optei por lembrar o quanto foi bom ao invés de lamentar o nosso fim. Na verdade eu espero, e torço, para que esse adeus de hoje tenha sido um até logo. Sei que agora tens que partir, e usando a razão eu até compreendo e concordo com tua atitude. Agora explicar isso pro meu amigo que bate aqui no meio do peito, é outra história. Confesso que até tentei, mas quando quis explicar isso a ele, não conseguia ouvir minha voz porque ele gritava bem alto o teu nome.
  Os próximos dias serão mais longos do que de costume. Sentirei saudades, mas não de ti, e sim de nós. Sentirei saudades de quem eu era quando estava ao teu lado. Ah, me desculpa pelo drama de mais cedo, apenas precisava pensar. Vais achar loucura a minha bipolaridade, mas só estou deixando a tristeza de lado, e fazendo o que tu me ensinaste a fazer, ser feliz.


terça-feira, janeiro 10, 2012

Com ou sem mim

  Sei que discutir de quem foi a culpa não adianta, pois nossos erros já foram cometidos e não tem mais volta. E por mais que eu tente, eu nunca consigo me expressar como quero. Mas como te disse outra vez, por mais que eu te enlouqueça ao dizer inúmeras contradições, no fundo sempre sei o que sinto. E justo por isso te digo que mesmo que precisasse viver na insegurança de te perder novamente, eu ainda assim arriscaria. Arriscaria ficar ao lado até quando desse e depois quando necessário, soltar tua mão e te dizer “seja feliz”. As coisas já não são mais as mesmas, tudo se intensificou. O nosso gostar de antes, passou a ser um “eu te amo!”. E mesmo que quase ninguém entenda esse amor vagabundo, nós sabemos que no fundo o que amamos em si não é um ao outro, e sim o que construímos juntos, a nossa amizade. Te perder novamente doeria, não nego. Mas aproveitar cada sorriso teu vai me confortando até quando o dia em que eu precisar soltar tua mão chegue. Nesse dia guardarei o que sinto por ti, ouvirei aquela canção com a qual me fizeste chorar, e terei a certeza do quanto tudo isso que vivemos foi bom. Pois independente de tudo, o que desejo mais, além de te ter ao meu lado, é a tua felicidade, mesmo que ela esteja em outras mãos.


Definições

  Já havia um tempo que estava disposta a tentar mudar algumas coisas do ano passado. E apesar dos inúmeros conselhos que recebia não conseguia seguir nenhum. Talvez eu pedisse conselhos nem tanto pra saber a opinião dos outros a respeito dos assuntos discutidos, já que com o tempo percebi que eu estava em busca de alguém que me falasse o que eu queria ouvir, alguém que apenas ratificasse as minhas palavras, alguém que me encorajasse a tomar uma atitude convicta que pudesse me tirar daquele espírito de ano velho.
  De um modo extremamente casual iniciamos nossa conversa. Como minha história era bem longa, pedi a minha conselheira que nos mudássemos para um lugar mais seguro, mais reservado, para que eu pudesse contar a ela os motivos, três pra ser mais exata, da minha aflição.
  A princípio eu achava que ela seria apenas mais uma pessoa com a qual eu viraria a madrugada relatando meus fatos. Mas enganei-me por completo. Ela não foi mais uma pessoa a me aconselhar, ela foi A PESSOA. De um jeito simples - que nem eu entendi como - ratificou o que há tempos eu pensava, mas que nunca tive coragem de executar.
  Em minha mente, a noite seria mais uma na qual eu falaria sobre meus dramas, e alguém me ouviria. Mas não. Ela não apenas ouviu minhas palavras, mas falou, até mais que eu, e talvez esse fora seu diferencial. Ela me ouviu sim, mas acima de tudo se envolveu e me envolveu com suas histórias. E me mostrou que por mais que eu achasse que tudo aquilo só acontecesse comigo, não era bem assim, minha história era universal, meus problemas já foram vividos por tantos outros.
  Ela me mostrou que o caminho não seria fácil, mas me fez ver que eu não poderia recuar mais, senão esse caminho seria sem volta. Me fez compreender que era a hora de dar um basta, de “trocar as figurinhas”. De parar de construir esse drama no qual eu mesma estava me prejudicando. E começar a realmente ter um novo ano. Guardar o que foi bom, é claro. Mas deletar por completo os males.
  Talvez se nossa conversa tivesse acontecido antes, eu não haveria cometido tantos erros. Ou talvez ainda, se as outras dezenas de conversas não tivessem ocorrido antes dessa, a conversa de noite passada teria sido apenas mais uma noite de dramas, sem nada a mais a acrescentar.
  Lembro-me que prometi algumas coisas a ela, mas independente disso, já prometi tantas coisas a mim mesma, que desta vez, sinto-me quase obrigada a cumprir. De preferencia o mais rápido possível.
  Passei os últimos minutos da conversa agradecendo-a por suas sábias palavras, as quais até me pareciam ensaiadas devido a carga de identificação que tive nelas. Das palavras que ainda latejam em minha mente, muitas coisas marcaram, dentre elas o fato dela ter conseguido abrir meus olhos e me mostrar que não era a primeira e nem a última vez que tais coisas aconteceriam em minha vida, mas principalmente porque ela me mostrou que tudo vai passar, mas só vai passar quando eu quiser e tiver disposta a desfrutar o novo.

quinta-feira, janeiro 05, 2012

Eu acho...

   Eu acho que amo cada palavra que sai da tua boca. Teu abraço sufocante. Tuas piadas sem graça. Teu sorriso tímido a me cortejar. Teu jeito único de ignorar o mundo quando estou por perto. Tuas manias mais esquisitas. Teus provérbios insanos. Teu passado, a infelicidade contida nele e a mudança de astral após a minha chegada. A incerteza do nosso futuro e a inconstância do nosso presente. As conversas no meio fio esperando o dia amanhecer enquanto trocamos olhares saudosistas. O ritmo do teu caminhar, e o colorido que deixas ao passar  pelo meu caminho. O olhar de desejo que lanças sobre mim. Os teus erros, teus acertos, tuas atitudes arquitetadas que nunca dão certo. Teu jeito bobo por não saber lidar com o que sente. Tuas juras diárias de ser uma pessoa melhor. Teu jeito malandro de consertar cada besteira que me diz com mil elogios. A capacidade sem nenhum esforço aparente de me deixar com um sorriso bobo por dias. A sutileza com que me dizes pra pensar em ti até quando estiver dormindo. E teu jeito bobo de admitir que tudo isso é recíproco. Mas mesmo que isso não acontecesse, hoje eu ainda te diria, eu acho que te amo.