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terça-feira, janeiro 10, 2012

Definições

  Já havia um tempo que estava disposta a tentar mudar algumas coisas do ano passado. E apesar dos inúmeros conselhos que recebia não conseguia seguir nenhum. Talvez eu pedisse conselhos nem tanto pra saber a opinião dos outros a respeito dos assuntos discutidos, já que com o tempo percebi que eu estava em busca de alguém que me falasse o que eu queria ouvir, alguém que apenas ratificasse as minhas palavras, alguém que me encorajasse a tomar uma atitude convicta que pudesse me tirar daquele espírito de ano velho.
  De um modo extremamente casual iniciamos nossa conversa. Como minha história era bem longa, pedi a minha conselheira que nos mudássemos para um lugar mais seguro, mais reservado, para que eu pudesse contar a ela os motivos, três pra ser mais exata, da minha aflição.
  A princípio eu achava que ela seria apenas mais uma pessoa com a qual eu viraria a madrugada relatando meus fatos. Mas enganei-me por completo. Ela não foi mais uma pessoa a me aconselhar, ela foi A PESSOA. De um jeito simples - que nem eu entendi como - ratificou o que há tempos eu pensava, mas que nunca tive coragem de executar.
  Em minha mente, a noite seria mais uma na qual eu falaria sobre meus dramas, e alguém me ouviria. Mas não. Ela não apenas ouviu minhas palavras, mas falou, até mais que eu, e talvez esse fora seu diferencial. Ela me ouviu sim, mas acima de tudo se envolveu e me envolveu com suas histórias. E me mostrou que por mais que eu achasse que tudo aquilo só acontecesse comigo, não era bem assim, minha história era universal, meus problemas já foram vividos por tantos outros.
  Ela me mostrou que o caminho não seria fácil, mas me fez ver que eu não poderia recuar mais, senão esse caminho seria sem volta. Me fez compreender que era a hora de dar um basta, de “trocar as figurinhas”. De parar de construir esse drama no qual eu mesma estava me prejudicando. E começar a realmente ter um novo ano. Guardar o que foi bom, é claro. Mas deletar por completo os males.
  Talvez se nossa conversa tivesse acontecido antes, eu não haveria cometido tantos erros. Ou talvez ainda, se as outras dezenas de conversas não tivessem ocorrido antes dessa, a conversa de noite passada teria sido apenas mais uma noite de dramas, sem nada a mais a acrescentar.
  Lembro-me que prometi algumas coisas a ela, mas independente disso, já prometi tantas coisas a mim mesma, que desta vez, sinto-me quase obrigada a cumprir. De preferencia o mais rápido possível.
  Passei os últimos minutos da conversa agradecendo-a por suas sábias palavras, as quais até me pareciam ensaiadas devido a carga de identificação que tive nelas. Das palavras que ainda latejam em minha mente, muitas coisas marcaram, dentre elas o fato dela ter conseguido abrir meus olhos e me mostrar que não era a primeira e nem a última vez que tais coisas aconteceriam em minha vida, mas principalmente porque ela me mostrou que tudo vai passar, mas só vai passar quando eu quiser e tiver disposta a desfrutar o novo.

2 comentários:

  1. Oi Amanda!
    Quando nós temos algum problema é natural ficar pensando que só acontece com a gente, mas no fundo a gente sempre sabe que não é verdade. E o que a gente mais quer é alguém pra dizer o que queremos ouvir (que nem sempre é o certo) e não o que devemos realmente fazer.
    É bom quando alguém nos mostra que nosso problema não é um monstro de sete cabeças, mas algo que assim como todos os outros problemas, vai se resolver. Dá um alívio muito grande.

    Beijocas!

    Ismália .

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  2. Felicidade é pouco, o que senti ao ler isso ainda não tem nome! rs Que bom, fico feliz, muito feliz por tudo ter sido perfeitamente interpretado por ti. É isso, tudo isso ou apenas isso, o que importa mesmo é que é isso, Amanda. Lindo texto.

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