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domingo, abril 15, 2012

Falta de costume


Permita-me ser um pouco tola, pois tenho esse direito pelo menos pelos próximos dias. Só voltei pra te dizer que as coisas não estão sendo tão fáceis quanto eu tento transparecer. Sinto tua falta! E não falo da boca pra fora, muito menos estou hiperbolizando a dramática em mim. Mas só voltei pra te dizer que dentro de mim uma calmaria se apossou. E essa calmaria, ou solidão se preferires, está tentando ocupar o teu lugar. Em vão...
Amor, preciso parar de usar esse vocativo, não é nada fácil viver nesse novo mundo. Acordar sem o teu "Bom dia!" faz com que eu queira voltar a dormir. Parece que meus dias ficaram vazios. Sinto falta das tuas mensagens, dos teus textos, dos teus telefonemas dominicais para discutir coisas banais. Eram 30, 40, 50 minutos de conversas bestas, mas eu desfrutava de cada palavra e pedia internamente para nunca ter que desligar o telefone, mesmo sabendo que ao deitar para dormir receberia uma mensagem de boa noite tua. Eu só queria ouvir tua voz, mesmo que fosse contando piadas infames ou fazendo propostas imorais. Queria ouvir tua voz, e isso me bastava.
Sinto falta de nós, e não é uma ausência qualquer, talvez seja, porque ainda não consigo nomear o que esse nó na garganta significa. Na verdade não conseguiria nomear nada do que vem acontecendo. Nos últimos dias conheci um lado meu que sempre achava ridiculamente repugnante nos outros.
A proximidade me faz ser covarde e por mais que eu queira, e até ache mais fácil te esquecer, não consigo. Apaguei teu número da minha agenda, mas de nada adiantou, porque apagar palavras e números não te apaga aqui dentro.
Me permite ser mais um pouco tola? Pois bem, sinto falta do teu cheiro. Sim, aquele que impregnava em minhas roupas e te fazia presente dentro e fora do meu corpo. Continuar sentindo teu perfume mesmo que fosse só na minha pele me fazia lembrar de cada beijo e cada toque teu. 
Desculpa novamente pelo incômodo, mas tinha que voltar nem que fosse só pra te dizer, mesmo que indiretamente, que por mais que brote um sorriso em meus lábios, ele vem sob muito esforço, porque não tá sendo fácil aceitar esse mundo sem ti. Infelizmente, eu não estava preparada para enfrentá-lo, não nas próximas cinco décadas.
Deixa que eu fique aqui sozinha por alguns minutos apenas admirando teu sorriso, e imaginando se algum dia ele voltará a ser só meu de novo. Mas não o apague quando me veres chorar, pois hoje percebi que teu sorriso me basta. Mesmo não sendo pra mim, mesmo que ele seja ironicamente forçado, ele me basta.
E por enquanto apenas não esquece que te amo, mesmo que eu profira o contrário. Te amo, e isso me basta.




2 comentários:

  1. Amar às vezes basta. Mas não é sempre.

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  2. Concordo com o Renan!
    Amandinha, já tá na hora de junta tudo isso em um livro, não? :P

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